Luteranismo

A reforma luterana quis fundar a doutrina da Igreja somente sobre a autoridade das Sagradas Escrituras, reconhecendo o valor do testemunho da Igreja primitiva. A Confissão de Ausburgo (1530) rejeitou aquilo que era contrário à Escritura.

Apoiado por príncipes alemães unidos contra o imperador na Liga de Esmalcalda (1531), o luteranismo se estendeu por toda a Europa, onde originou o desenvolvimento de outros movimentos de reforma com Zuínglio e Calvino. Graças à Paz de Ausburgo, foi implantado no norte e no centro da Alemanha, no norte da Alsácia, nos países escandinavos. Agrupados em torno da União Evangélica, os príncipes protestantes defenderam o luteranismo durante a Guerra dos Trinta Anos. Após os tratados de Vestefália (1648), o luteranismo deteriorou-se, o que provocou no séc. XVII o aparecimento do pietismo, que tentou transformar os costumes.

No início do séc. XIX, aconteceu no luteranismo uma renovação fundada em um despertar bíblico e marcada pelas missões internas e externas. Em 1923, realizou-se em Eisenach a I Conferência Luterana Mundial; em 1947, foi fundada em Lund a Federação Luterana Mundial (FLM), membro do Conselho Ecumênico das Igrejas, reunido pela primeira vez em Hanôver (1952) e depois, regularmente, a cada cinco anos.

Contando com aproximadamente 71 milhões de adeptos em todo o mundo (na maioria alemães, escandinavos, norte-americanos), o luteranismo está presente também na Ásia e na América do Sul. As diversas Igrejas luteranas conservam a unidade de fé e doutrina. Algumas tem bispos, outras possuem um regime misto em que, ao lado dos conselhos e de sínodos, existe uma certa autoridade, confiada a inspetores eclesiásticos, vitalícia ou temporal.

Fonte: Grande Enciclopédia Larousse Cultural

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