Modelo de mãe

Mãe com bebê no coloTodas as mães são especiais.

Na Bíblia Sagrada encontram-se vários exemplos de mães extraordinárias, como: Sara, Ana, Isabel, Eunice. No entanto, Maria – a mãe de Jesus, superou a todas. Nada se sabe sobre o nascimento e os pais de Maria. Apenas, que era descendente de Davi. Deus a escolheu para ser a mãe de nosso Senhor, pelo que ela próprio era.

A dedicação de Maria foi consistente. O evangelista Lucas escreve que ela foi “muito favorecida”, muito abençoada, “agraciada” (Lc.1.28-30). Deus a escolhera para ser a mãe do Messias. Esse fato indica que a sua vida deve ter sido de muita e exemplar consagração ao Senhor.

A fé de Maria foi inabalável. Ao aceitar o desígnio de Deus, Maria arriscou a própria honra. Sabia que os outros desconfiariam de sua decência e pureza, mas isto não a fez duvidar de Deus. Com uma fé extraordinária, mesmo sabendo que os cínicos a criticariam, Maria respondeu ao anjo: “Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!” (Lc. 1.38).

A adoração de Maria foi autêntica. Ela adorou a Deus com muita alegria no coração. Maria conhecia a linguagem do louvor e cantou: “A minha alma engrandece ao Senhor.” (Lc. 1.46). Este hino de adoração e louvor, também conhecido por “Magnificat”, é de regozijo e júbilo a Deus.

O procedimento de Maria foi louvável. Ao contar para Isabel a notícia de que seria a mãe do Messias, ela citou passagens do Antigo Testamento. O seu próprio cântico mostra um conteúdo que só poderia proceder de alguém que conhecia não somente as Escrituras como também o Deus nelas revelado.

A vida de Maria é um modelo para as mães. O mundo seria diferente se todas as mães, como Maria, fossem dedicadas ao Senhor, tivessem fé inabalável, adorassem a Deus com alegria e procedessem conforme o ensino das Sagradas Escrituras.

Queridas mamães: feliz dia das mães!

- Pastor Alaor

Publicado originalmente no boletim informativo da CELC/SP - nº310

O Pastor Mateus Lange, estagiário na CELC/SP em 2009, realiza os cultos de sábado na comunidade luterana de Nova Odessa neste mesmo período. Seu sermão sobre o dia das mães (proferido em maio) foi tão bonito, que solicitamos o texto para publicar aqui em luterno.com:

Jo 15.1-8
Eu sou a videira, e vocês os ramos


Da leitura do Evangelho, registrada em Jo 15.1-8, quero destacar as palavras de Jesus quando diz: “Eu sou a videira, e vocês são os ramos”. Lendo este texto, recordei um pouco de minha infância quando ajudava meu vizinho a colher os cachos de uva de sua pequena plantação. Era véspera de natal quando suas plantações de videira amadureciam e ele sempre deixava que eu levasse algumas sacolas cheias de uvas para casa. Além do próprio suco de uva, a mãe também preparava uma geléia que nós chamávamos de schmier.

Não demoravam muitas semanas após a colheita e a plantação começava a perder suas folhas. Quando chegava o inverno, sobravam apenas galhos. Muitos destes estavam secos. Meu vizinho, então, começava a podar a videira. Os galhos que estavam secos, que não teriam mais condição de germinar, ele cortava fora. Nos demais, ele fazia uma poda, um corte a partir de determinada extensão do galho. Eu devia ter uns nove ou dez anos de idade quando perguntei do porque da poda. Ele me respondeu que se não fizesse isso, no ano que vem a planta produziria uvas de qualidade inferior. Que a poda consiste justamente em limpar e eliminar galhos e brotos desnecessários a planta, a fim de que ela concentre toda sua vitalidade e energia nos brotos que sobrarem para o próximo verão.

Desta técnica de cultivo da videira Jesus se utilizou para fazer teologia quando disse: “Eu sou a videira, e o meu Pai é o lavrador. Todos os ramos que não dão uvas ele corta, embora eles estejam em mim. Mas os ramos que dão uvas ele poda a fim de que fiquem limpos e dêem mais uvas ainda”.

Ao nos comparar com os ramos da videira, Jesus está afirmando que existem dois tipos de pessoas: as que produzirão frutos e as que não produzirão. As que produzirão frutos o Pai podará para que produzam ainda mais. As que não produzirem, o Pai cortará fora.

Talvez num primeiro momento a impressão que dê é que Jesus está fazendo uma comparação entre jovens e idosos: entre quem ainda pode produzir e quem já está velho demais para produzir. Mas, não é isso o que Jesus está querendo dizer aqui. Também, não é uma comparação entre cristãos e não cristãos, porque nesta ilustração vemos que todos os ramos estão conectados a Cristo, portanto, em princípio, todos ali são cristãos. A diferença então se dá entre os cristãos que produzirão frutos e os cristãos que não mais produzirão frutos.

Na videira, como em qualquer outra planta, o que mantém a vitalidade dos galhos, dos ramos, das folhas e dos frutos é a seiva bruta. No corpo humano, por exemplo, é o sangue. Se o sangue deixa de circular em alguma parte de nosso corpo, esta parte necrosa. Da mesma forma, se a seiva deixa de circular em alguma parte da planta, esta seca. Por mais que o ramo continue conectado à videira, ele corre o risco de secar. Em qualquer momento, a seiva pode parar de circular nele.

Olhando assim, até parece que algumas pessoas estão predestinadas a produzir frutos e outras predestinadas a secar. Mas, olhem o que Jesus diz logo a seguir: “Continuem unidos comigo, e eu continuarei unido com vocês”. Em outras palavras, se existem pessoas que param de produzir frutos não é porque Cristo cessa de nutrir com sua seiva, mas porque elas próprias deixaram de se alimentar dessa seiva. Jesus continua enviando a seiva, mas elas deixam de nutrir-se com ela e por conseqüência secam.

Mas, que seiva é essa? O próprio Jesus responde: “Meus ensinamentos, minha Palavra”. É ela que nos nutre espiritualmente. Porém, se deixarmos de nos alimentar dela, secamos, e da mesma forma que o lavrador corta os ramos secos da videira e os queima, Deus também cortará os que deixaram de nutrir-se de sua Palavra. Este corte será feito no dia do juízo final, onde os brotos secos serão lançados no fogo do inferno.

A primeira vista, essa afirmação de Jesus nos causa um certo desconforto, medo, pavor, ou quem sabe até raiva. Porém, se de um lado, os ramos secos são condenados ao fogo, por outro Jesus nos convida a permanecermos firmes nele, conectados a ele, se alimentando e nutrindo de sua seiva espiritual, para que a cada nova safra possamos produzir novos frutos da fé.

Um bebê, ainda no ventre de sua mãe, está interligado e ela pelo cordão umbilical. Por meio deste cordão, a criança se alimenta, se desenvolve, sente e interage com todas as emoções e sentimentos da mãe. Quando nasce, o cordão é cortado, mas a necessidade de conexão com a mãe continua. É então, por meio do leite materno que a criança não apenas sacia a sua fome, mas volta a ter um contato íntimo com a mãe: há uma troca de olhares, uma troca de toques e carinho. A criança se sente protegida nos braços de sua mãe, sentindo o seu cheiro, o calor de seu colinho, sentindo todo o amor e carinho que a mãe lhe passa naqueles instantes tão únicos de sua vida.

Esta mesma conexão entre mãe e filho, entre videira e ramo, Jesus quer ter conosco também. Este mesmo sentimento de dependência entre as duas partes, esta mesma troca de amor e carinho, esta mesma segurança e conforto que a criança sente junto a sua mãe, Jesus também quer oferecer a nós. E isso, desde o nosso batismo, momento em que fomos incorporados ao corpo de Cristo; momento em que criamos broto na videira.

As crianças crescem, chega a adolescência, e o jovem quer sentir-se independente de sua mãe. Já não necessita dela como antes. E pouco a pouco vai cortando o seu cordão umbilical. Mas, e as mães, como será que elas reagem a isso? Por mais que haja esse rompimento, uma mãe jamais deixa de ser uma mãe. A qualquer momento que o filho precisar de alguma coisa, por mais idade que ele tenha, lá estará ela novamente ali para lhe ajudar, para estar ao seu lado, para tentar reviver novamente, mesmo que seja por um breve momento, aquele sentimento tão íntimo que havia entre os dois quando ele ainda era um recém nascido, e tanto necessitava dela para sobreviver.

Jesus tem por nós esta mesma ligação materna. Esta mesma necessidade de estar conectado a nós. Por mais que queiramos nos afastar dele, cortar o nosso cordão umbilical dele, Jesus sempre de novo vem até nós com sua seiva espiritual, sua Palavra, alimento este tão fundamental em nossas vidas como o leite materno para o bebê. E além desta palavra rica em nutrientes, Ele nos oferece o seu perdão, a sua reconciliação, o seu abraço protetor, o seu colinho acolhedor, seguro, aconchegante onde encontramos paz e repouso tranqüilo como no colinho de nossa mãe: Este colinho, este carinho, este zelo e cuidado, esta conexão entre mãe e filho, entre videira e ramo, Jesus quer ter também conosco, de igual forma e intensidade, por todo o sempre! Amém.

Que Deus continue a capacitar e abençoar a todas vocês mamães, por este dom tão sublime que ele as agraciou nesta vida: ser mãe. Que, espelhadas no amor de Deus, vocês possam continuar exercendo esta atividade tão gratificante até a flor da idade, porque ser mãe é pra vida toda!

- Mateus Lange