Ao pé da cruz

Na maioria das obras de arte vê-se representado Cristo na cruz como um homem fraco e desprezado. Na verdade, aquele trágico acontecimento lá no Gólgota é um exemplo vivo de até aonde pode chegar a injustiça e a crueldade humana. Tudo o que ocorreu com Jesus na Semana da Paixão pode ser interpretado como a expressão mais suja, mais violenta, mais cruel, mais horrenda do pecado humano, contra um ser inocente e desamparado.

Para o apóstolo Paulo, entretanto, a cruz de Cristo retratou uma vitória suprema e não apenas o sacrifício passivo de um santo inocente. Aos Colossenses Paulo escreve: “Deus perdoou todos os nossos pecados e anulou a conta da nossa dívida, com os seus regulamentos que nós éramos obrigados a obedecer. Ele acabou com esta conta, pregando-a na cruz” (2.13,14).

Como um cordeiro Jesus foi conduzido ao matadouro, porém, se transformou no Rei glorioso “que vem com vestes de cores vivas, marchando forte e poderoso, anunciando vitória e salvação” (Is.63.1,2).

O Pai tomou parte ativa no drama da cruz. “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (2 Co.5.19). Jesus Cristo manifestou Deus na carne, pagando ao mesmo tempo o elevado preço da redenção da humanidade. Conseguiu-o na forma de Homem.

Grande mistério envolve a cruz, mas, a vitória por ela alcançada vence qualquer dúvida ou temor. O “Tudo está consumado” anuncia a derrota do poder satânico por meio dos méritos da morte expiatória do Redentor.

O reino do pecado e das trevas espirituais foi invadido. A morte foi vencida. Deus tomou a iniciativa. Cristo triunfou. O seu sangue purifica e salva a raça humana.

Permaneçamos com reverência ao pé da cruz e coloquemos nossa fé unicamente no Cristo crucificado, morto e ressuscitado. E isso, não só durante este período da Quaresma e da Semana Santa, mas em todos os dias de nossa vida. E imitemos o apóstolo Paulo: “Para mim, o viver é Cristo” (Fp. 1.21).

- Pastor Alaor

Publicado originalmente no boletim informativo da CELC/SP - nº330