Uma religião e igreja barata

Uma jovem solicitou ao irmão que estava de saída para as compras, que lhe trouxesse determinado tecido. O tecido foi comprado conforme a amostra e, mesmo gostando, ela mandou devolvê-lo porque era muito barato. O irmão trocou o tecido por outro do mesmo padrão, porém de cor diferente. Chegando em casa, ele apresentou um preço exagerado. Então sua irmã disse: “É esse que eu queria!”

Visitando belos santuários pelos países europeus, um turista pediu numa loja anexa uma recordação: “Por favor, gostaria de comprar uma cruz, mas vendam-me uma das mais baratas.”

Qual o valor daquilo que realmente importa? (foto: Jean Tosetto)

Estas duas situações identificam uma grande verdade: Para suprir as necessidades básicas, muitas vezes as pessoas desejam as coisas mais caras e que supostamente lhe garantam melhor qualidade. Contudo, para as suas necessidades espirituais elas querem uma religião barata e/ou uma igreja barata.

É óbvio, todos têm necessidade de se alimentar, de beber e de vestir-se. No entanto, vê-se que mesmo em tempos de crise como esta que estamos vivendo, floresce o mercado de coisas supérfluas e extravagantes. Muitos reclamam que tudo sobe de preço e que o dinheiro mal chega, mas não deixam de renovar o guarda-roupa, trocar o modelo de carro por um mais recente, fazer turismo no Caribe num barco de luxo, passear todo fim de semana e outras coisas prazerosas...

Nada contra, absolutamente! Muito pelo contrário, “quem pode, pode, quem não pode se sacode”, conforme diz o singelo ditado popular. A prosperidade do próximo, honesta e sadia, é motivo de alegria ao cristão e jamais de descontentamento. Em Hebreus 13.16 lemos: “Não negligencieis, igualmente, a prática do bem e a mútua cooperação; pois, com tais sacrifícios, Deus se compraz.”

Contudo, o estranho é que para a vida espiritual muitas destas mesmas pessoas procuram uma religião/igreja das mais baratas. Uma religião que não interfira na sua vida social, familiar e moral. Uma religião que se adapte às suas conveniências e necessidades pessoais. Uma religião que não se intrometa nos seus negócios, hábitos e programas. Enfim, uma religião barata! E infelizmente diversas famílias cristãs, apesar de abençoadas material e financeiramente, também se comportam de modo estranho para com a sua igreja. Graças a Deus, têm condições de usufruir muitas coisas agradáveis na vida e de realizar viagens inesquecíveis, festas extraordinárias e outros prazeres sadios e honestos; porém, nada ofertam para a sua igreja e não se dignam contribuir para o trabalho de levar Cristo a todos. Querem uma igreja barata que não mexa com a susceptibilidade do seu bolso, mas exigem que a igreja esteja sempre disponível para batizar, casar e enterrar.

Reflitamos sobre isto e lembremo-nos: O Deus Triúno - Pai, Filho e Espírito Santo - oferece uma religião que transforma vidas e satisfaz todos os ângulos da existência. Busquemos e andemos sempre pelo caminho estreito de Jesus Cristo!

- Pastor Alaor

Publicado originalmente no boletim informativo da CELC/SP - nº 391