No mesmo ano, Lutero publicou as três “grandes obras reformadoras”, fundamentos do luteranismo: o manifesto À nobreza cristã da nação alemã, onde criticou a supremacia romana, insistindo na idéia do sacerdócio universal dos cristãos, por ele oposto ao clericalismo romano decadente; O cativeiro da Babilônia, onde contestou a teoria romana dos sacramentos, conservando apenas o batismo e a ceia, e onde criticou o caráter de sacrifício da missa; Da liberdade do cristão, onde formulou uma nova doutrina da Igreja e insistiu sobre a autoridade única da Escritura e sobre o caráter falacioso da Tradição tal como Roma a apresentava.
Banido do Império em 1521, Lutero foi ocultado por seu protetor, Frederico da Saxônia, no castelo de Wartburg. Iniciou a tradução da Bíblia para o alemão, dando, dessa forma, à literatura alemã, sua primeira grande obra. Tendo retornado a Wittenberg (1522), opôs-se aos anabatistas e interveio, junto aos senhores, na guerra dos camponeses (1524-1525). Derrotados estes, pôde organizar sua Igreja, dotá-la de uma catecismo, regulamentar o culto e uma liturgia onde concedeu participação ativa aos fiéis. Embora tendo rompido com Erasmo e o humanismo (Do servo arbítrio, 1525), Lutero casou-se com Katharina von Bora, uma antiga cisterciense, que lhe deu seis filhos.
A partir de 1530 e da redação da Confissão de Ausburgo por seu discípulo Melanchthon, Lutero pôde dedicar-se, em paz, à consolidação de sua obra: em 1537, os Artigos de Esmalcalda, redigidos pelo próprio Lutero, completaram a Confissão de Ausburgo. Morreu em plena atividade.
Fonte: Grande Enciclopédia Larousse Cultural.
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