Natal é vida

"Anjos anunciam o nascimento de Cristo para os pastores" (1639) - pintura de Govert Flinck (1615-1660) pertencente ao acervo do Museu do Louvre em Paris, França.
"Anjos anunciam o nascimento de Cristo para os pastores" (1639) - pintura de Govert Flinck (1615-1660) pertencente ao acervo do Museu do Louvre em Paris, França. 

Boas notícias nem sempre acontecem de uma hora para outra, como uma notícia inesperada. Às vezes elas são esperadas e aguardadas por um longo período. O nascimento de um filho é um exemplo disso. Há o planejamento, depois meses de espera, então a notícia do nascimento enche de felicidade tanto os corações dos pais como de todos os que o aguardavam com muita expectativa.

Nos dias do Rei Herodes, um anjo do Senhor desceu no lugar onde alguns pastores guardavam o seu rebanho, a glória do Senhor brilhou ao redor deles e ficaram com muito temor. Então o anjo disse: “Não temais; eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura” (v.10-12). Logo depois uma multidão de anjos apareceu e todos cantavam e louvavam a Deus, dizendo: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (v.14).

A Boa Nova do nascimento do Messias era algo que a própria Escritura por meio dos profetas já havia anunciado e eles aguardavam com muita expectativa: “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel” (Is 7.14). “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6). “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq 5.2).

Os anjos anunciaram a Salvação para todos: Homens e mulheres, ricos e pobres, instruídos e rudes! A notícia era clara, para todo o povo! Todos do povo de Israel. Então, talvez você esteja se perguntando agora: "Mas e eu, hoje, onde entro nessa história?"

Lá no princípio de tudo, quando Deus criou os céus e a terra, ele disse que tudo era muito bom, pois criou todas as coisas a partir do seu grande amor. Mesmo com a queda em pecado e a desobediência do ser humano em relação a Deus, o Senhor não abandonou o seu povo. Isso ele fez quando escolheu o Povo de Israel para revelar o plano da Salvação e apontar para o Messias.

Os judeus esperavam um Messias que revelaria um reino terreno a fim de exaltá-los sobre as outras nações. Eles não estavam errados, mas na verdade, Jesus Cristo veio para manifestar um reino diferente, não somente terreno, mas também espiritual. E Jesus mostrou que o Reino de Deus já estava entre eles, ao realizar seus milagres e curas. Contudo, esse Reino era também e, principalmente, uma realidade futura.

A maior manifestação do grande propósito da vinda de Jesus se revelou na cruz quando ele afirmou que a nossa dívida estava paga. E após sua ressurreição, Jesus afirmou aos seus discípulos: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.18-20).

Por isso, eu e você também podemos nos alegrar com a notícia da qual os anjos anunciaram aos pastores nas campinas de Belém, de que o Messias nasceu. Essa notícia tem sido dita para nós desde que fomos acolhidos na família da fé e feitos parte do povo de Deus, pela Palavra e Batismo, por graça de Cristo.

Portanto, Natal é vida! Natal assinala o nascimento de Jesus, o Cristo Salvador que veio com
grandes bênçãos a todos nós pecadores. Natal é vida e vida eterna! Amém!

Publicado originalmente no boletim "Informativo Concórdia" nº 27 em dezembro de 2019.