É muito provável que lá em Corinto estava acontecendo separações entre casais porque apenas um dos cônjuges declarava-se cristão. Isto, porém, não deveria servir como motivo de separação. Se por um lado, o apóstolo não era radicalmente contra que casais se divorciassem, por outro, não concordava a que eles se separassem por razões levianas e comodistas.
Então, dentre os aconselhamentos que Paulo dá sobre tais situações, sobressai a seguinte: “Pois Deus chamou vocês para viverem em paz.” (1 Co.7.15). Com isto, o apóstolo frisou que cada um dos cônjuges tem o dever de zelar para que haja paz no relacionamento.
Essa situação lá em Corinto assemelha-se, de certa forma, com a realidade atual. As discordâncias e separações atingem cada vez mais os casais e, não raras vezes, uma união matrimonial é destruída por motivos fúteis. O casamento tem sido seriamente subestimado e o divórcio frequentemente estimulado como única solução.
Muitos não percebem o quanto de maturidade é necessário para encarar um casamento. Deixam-se levar precipitadamente por qualquer impulso físico e sentimental, perdendo assim a objetividade, que é a habilidade de avaliar as coisas como elas realmente são, evitando ser manipulado e confundido por uma simples paixão romântica. Ficam, então, surpresos quando se deparam com sofrimentos emocionais, contrariedades e outros problemas que vão surgindo no dia a dia da vida. O casal acaba esquecendo cada vez mais os seus valores e invertendo a ordem de suas prioridades. E o pior, afasta-se de Deus, como alguém que perde o manual do fabricante diante de um aparelho complexo e sofisticado. Não sabe o que fazer, como viver, e tampouco amar de verdade.
O fato é que somos todos egoístas, devido a nossa natureza pecaminosa. Solteiros ou casados, somos naturalmente centralizadores, ao invés de servir um ao outro, que é o princípio cristão para todo relacionamento humano. Seriam bem aventurados os casais se todos aprendessem a diferença entre estas duas palavrinhas: SER feliz e FAZER feliz. Certamente, muitos divórcios não aconteceriam.
- Pastor Alaor
Publicado originalmente no boletim informativo da CELC/SP - nº 382
