"Maria e José buscam um refúgio para o parto" (em alemão: "Am Abend vor Christi Geburt") - pintura de 1869 por Michael Rieser (1828-1905). Imagem de domínio público. |
Maria e José prosseguiam sua jornada pela estrada poeirenta que subia e descia sobre as colinas de Efratá. Mas agora estavam quase chegando e lá adiante já podiam avistar as casas brancas da cidadezinha de Belém, brilhando ao sol da tarde. Não era uma viagem de férias, nem um passeio. Eles teriam preferido ficar tranquilamente em Nazaré, ainda mais porque o filho de Maria devia nascer em breve. Mas não podiam deixar de fazer esta viagem. O imperador Augusto, senhor do grande Império Romano, havia decretado que toda a população fosse recenseada. E por toda a parte, na terra dos judeus, tinha sido ordenado que todos, homens, mulheres e crianças, teriam que ir à cidade onde nasceram, para registrar o nome no censo. Assim, também José e Maria fizeram aquela longa e cansativa viagem para Belém, a cidade de Davi, pois ambos eram descendentes do rei Davi.
Chegaram! Andaram pelas ruas, cheias de forasteiros vindos de vários lugares. Foram à hospedaria onde queriam passar a noite. Mas o lugar estava lotado. Continuaram andando e por fim se instalaram numa estrebaria, onde Maria “deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque NÃO HAVIA LUGAR para eles na hospedaria”. (Lc. 2.7).
Certa vez, um professor de psicologia, cristão, de uma renomada Universidade europeia, distribuiu entre quarenta alunos uma folha de papel com a palavra NATAL. E pediu que os jovens escrevessem logo após aquele vocábulo todos os objetos e eventos que lhes viessem à mente, relacionados com tão festiva data. Quando os papeis foram recolhidos o professor verificou que os alunos escreveram: árvore, pinheiro, sinos, cânticos, bolas, nozes, amêndoas, chocolate, Papai Noel, neve, luzes, trenó, brinquedos, etc, mas em nenhum deles apareceu escrito “o nascimento de Jesus”.
Para decepção do professor, também na mente e nos corações daqueles jovens frenéticos e inconsequentes, NÃO HAVIA LUGAR para o Infante de Belém. Não houve lugar lá em Belém e, infelizmente, continua ainda hoje a não haver lugar em muitos corações humanos para o Salvador fazer neles morada. Mesmo que Cristo nasce mil vezes em Belém da Judeia e não nasce em nosso coração, estaremos perdidos para o Além e nossa vida não terá sentido algum.
Oportuno é este recado do Senhor: “Sê, pois, zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” (Ap.3.19,20).
- Pastor Alaor
Publicado originalmente no boletim informativo da CELC/SP - nº 394