Obrigado, Norma & Alaor

Templo luterano em Nova Odessa. São Paulo.
Templo luterano em Nova Odessa, São Paulo.

O tempo passa para todos, até para as pessoas mais queridas, que também precisam aprender a se desapegar das coisas, mesmo que sejam coisas maravilhosas.

Neste dia 04 de agosto de 2024 a Comunidade Evangélica Luterana de Nova Odessa, no interior de São Paulo, teve o último culto oficial ministrado pelo Pastor Alaor Güths dos Santos, acompanhado por sua esposa Norma Heine dos Santos no órgão, depois de quase 35 anos de dedicação aos irmãos desta cidade e região, primeiramente intercalando as visitas do Pastor Ernesto Heine e de sua esposa, a Dona Iris, a melhor professora de escola dominical que se tem notícia por estes cantos.

A trajetória do Pastor Alaor, porém, começou bem antes, quando ele se formou em Teologia pelo Seminário Concórdia de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em 1968. No ano seguinte, o Seminário se mudaria para São Leopoldo enquanto Alaor rumava para o Rio de Janeiro, onde passou dois anos antes de se casar com a Dona Norma, filha da Dona Iris e do Pastor Heine. Em 1970 a Dona Norma ainda não era a Dona Norma - esse posto ela começou a conquistar em Belo Horizonte, onde o jovem casal permaneceu quatro anos até aceitar o chamado - e o desafio - de cumprir a missão em Portugal, país de fortes raízes católicas e tomado pelos estertores de uma ditadura (não que a do Brasil fosse mais suave).

Para lá foram com os filhos Malco e Nando. Lá nasceu o Nuno. Em 1981 eles voltaram para o Brasil e para São Paulo, para assumir os afazeres em Moema, onde o caçula Thiago nasceu. Por fim, no começo dos anos de 1990, os atendimentos começaram em Nova Odessa, num trabalho paralelo, de desdobramento e dedicação ímpar, que nem as operações no quadril e a Pandemia conseguiram interromper.

Pastor Alaor Güths dos Santos.
Pastor Alaor Güths dos Santos.

Dona Norma Heine dos Santos.
Dona Norma Heine dos Santos.

Porém, o justo descanso é merecido e não podemos negar isso para eles. Como vamos nos acostumar sem a voz marcante e potente do Pastor Alaor? Sem a sua oratória inspiradora e sem a sua fonte de confiança? Como vamos lidar com a falta de um homem dotado de uma fé inabalável e dono de uma reserva moral inegociável? E o que dizer da Dona Norma, a personificação da elegância, de cuja boca nunca saiu uma palavra que não fosse gentil?

Como serão os cultos sem os sermões talhados pelo Pastor Alaor com um cinzel dourado e revestido de esmeraldas, as mesmas que poderemos encontrar nos fundamentos do Paraíso? Como ficará a trilha sonora dos melhores dias das nossas vidas, sem as notas tocadas pelas mãos da Dona Norma?

De certo, um irmão jamais deixa de ser nosso irmão. Um pai jamais deixa de ser nosso pai. Uma mãe será nossa mãe para sempre. Assim, nosso pastor será sempre o Pastor Alaor, e como ele sempre está ao lado da Dona Norma, ela também será, para sempre, nossa referência de pessoa doce e gentil.

Não somos teólogos para evocar passagens bíblicas neste momento. Somos leigos e não temos palavras para expressar nossa eterna gratidão ao casal Norma e Alaor. Que Deus continue abençoando ambos, pois as bênçãos derramadas neles respingam em nós. Contem sempre conosco!

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