Se o Senhor Deus não...

O Salmo 127 é uma canção de autoria do rei Salomão.  Mostra a imagem do homem que com o seu esforço, dinheiro, ambição, deseja edificar a sua casa, a sua vida.  Salomão não condena o trabalho dedicado, porém, ele enfatiza que tudo deve ser realizado de acordo com os princípios de Deus e sob a sua orientação e bênção.  Caso contrário será tudo em vão, tudo vaidade!  E ele é firme nesta convicção, pois diz:  “Se o Senhor Deus não  edificar a casa, não adianta nada trabalhar para construí-la.”

“Se o Senhor Deus não  edificar a casa, não adianta nada trabalhar para construí-la.” (foto: Jean Tosetto)

Salomão fala por experiência própria.  Sua vida fora dirigida por Deus e tremendamente abençoada por ele.  Ao constituí-lo rei de Israel, Deus lhe permitiu que pedisse o que mais desejasse.  Então, Salomão rogou por sabedoria, a fim de governar bem o seu povo.  O Senhor se alegrou com o pedido feito e tornou-o o mais sábio do mundo.  Além disso, mesmo não tendo solicitado, Deus o favoreceu com muitas e muitas riquezas.

Há multidões nesse mundo que edificam a sua vida sobre a areia movediça e não hospedam o Salvador Jesus no cotidiano da sua vida.  Sacrificam-se ao extremo, a fim de satisfazer a sua própria vaidade e anseiam por alcançar prosperidade e poder terrenos.  Entretanto, tudo o que é assim conquistado, mais dia menos dia, ruirá.  Aquele, porém, que busca em primeiro lugar o reino de Deus e entrega o seu caminho ao Senhor, experimentará paz e tranquilidade reais, até mesmo em meio às adversidades.

Não é que seja inútil esforçar-se e levantar cedo para um labor penoso.  Mas, tudo depende da bênção de Deus, especialmente quando alguém constrói sua casa e planeja uma família.  Pois, o Senhor não apenas constrói e guarda a casa, mas também aquilo que a torna um lar:  a família, os filhos, os netos...

Comemora-se no segundo domingo do corrente mês, o “Dia dos Pais”.  Será que o pai que está lendo essa breve mensagem reconhece que a sua família, o seu lar, os seus filhos, são um presente do Senhor, realmente?

Lembremo-nos que, apenas com as nossas forças não poderemos granjear o sustento nem mesmo para nós próprios.  Mas se o Senhor edificar a casa e se com ele fizermos os nossos planos e segundo a sua vontade os executarmos, ele nos abençoará.                                            

- Pastor Alaor

Publicado originalmente no boletim informativo da CELC/SP - nº357

Esperança e Desejo

Viver é bom, mas um viver disciplinado é o que se pode classificar de bom viver.  No Livro Bíblico de Provérbios há lições preciosas sobre os contrastes na conduta, abrangendo todos os contornos da vida.  E um dos muitos alertas que o rei Salomão deixou é esse:  “A esperança adiada faz o coração ficar doente, mas o desejo realizado enche o coração de vida”. [Pv. 13.12]

O efeito de algo ansiosamente esperado e não alcançado é o desgosto, e causa doenças.  Ao passo que o desejo satisfeito é um bom sabor na vida.  A tranquilidade do coração é saúde, e esta vem de deveres cumpridos e desejos conquistados.  Porém, num mundo competitivo em que vivemos, dificilmente as pessoas estão contentes com o que têm, e prosseguem alimentando desejos muitas vezes inatingíveis.  Isso afeta não só a sua qualidade de vida como, igualmente, a sua tranquilidade de espírito.

Possivelmente, a maioria das pessoas conhece o amargo sabor de uma esperança frustrada e também o doce paladar de um desejo alcançado.  E a atitude de cada um perante qualquer uma destas situações, vai depender muito de como se encara a vida.  Quem for escravo das coisas materiais, por exemplo, certamente sofrerá bastante e poderá até adoecer, se as coisas que desejar obter, não se confirmarem.

Pessoas desapegadas de bens materiais conseguem extrair dos pequenos mimos as grandes lembranças.  O sabor de uma doce surpresa está na atitude, mais do que no presente em si. (Foto: Jean Tosetto)
Pessoas desapegadas de bens materiais conseguem extrair dos pequenos mimos as grandes lembranças.  O sabor de uma doce surpresa está na atitude, mais do que no presente em si.

Embora que o texto de Provérbios não se refere a um mandamento divino específico, ele contém alguma relação da vida com Deus e com os deveres de cada pessoa consigo mesma.  Deus certamente coroará de bênçãos as esperanças honestas e os desejos corretos, desde que estes procedam de um coração regenerado em Cristo e contribuam para o engrandecimento do nome do Senhor, para o bem do semelhante e para benefício da própria pessoa.

A maior felicidade vem da segurança da vida com Deus.  Pois nele, temos a esperança da vida eterna, garantida em Cristo Jesus, por sua morte e ressurreição.  Pela fé, este desejo de perdão e salvação, há de encher o nosso coração de vida.  E com o apóstolo Paulo haveremos de dizer:  “Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação.” Fp. 4.11.

- Pastor Alaor

Publicado originalmente no boletim informativo da CELC/SP - nº356